segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Amsterdam - parte 2

Depois de falar dos cofee shops e do red light district, vou falar um pouco sobre as reais atrações de Amsterdam. A cidade é cosmopolita, ativa, cheia de festas, cara ($), charmosa com seus canais e muito rica culturamente.

Vou direto ao ponto que mais gostei da viagem: a casa de Anne Frank, que teve seu diário publicado pós segunda guerra e se tornou um dos maiores símbolos do Holocausto. Ela, e sua família, de origem alemã, viveram 25 meses escondidos num anexo secreto de sua casa, durante a invasão alemã na Holanda na segunda guerra mundial. Foram 25 meses sem nunca sair na rua, com tudo fechado e escondido. Eles conseguiram isso com ajuda de amigos que levavam comida e mantimentos. A foto abaixo é da entrada da casa dela, e a fila que se formava. Infelizmente não é permitido tirar fotos lá dentro.

Foi o lugar que mais me impressionou lá. A medida que caminhava em cada cômodo, havia frases extraídas do diário que diziam coisas que se passaram em cada um dos cômodos. Por exemplo, num deles havia escrito algo assim: "Hoje papai pediu para eu não abrir a torneira da pia, para não fazer barulho, pois isso poderia chamar a atenção de algum vizinho ou alguém na rua, e então estaríamos perdidos". Em um quarto estava escrito algo assim: "durante o dia as cortinas pretas e janelas devem ficar totalmente fechadas, nem um centímetro abertas". Foi com certeza uma das experiências mais tocantes que tive na minha vida. Impressionante, você realmente sente que está vivendo aquele momento junto com ela. Terror puro. Ah, no final, eles foram delatados (a família toda) e eles foram enviados a campos de concentração. Anne foi para Auschwitz, como destino final. Morreu de tifo 2 semanas antes da liberação final dos judeus, no fim da guerra. O único sobrevivente, seu pai, voltou para Amsterdam no final da guerra. E só depois soube da existência do diário, e então o publicou.

Além disso, fomos no RijksMuseum , que está em reformas, mas mesmo assim vimos muita coisa legal. O prédio é imenso, mas pouco está aberto para visitação. E muito bonito, como podem ver abaixo.

Além disso, visitamos o Van Gogh museum, que contém diversas obras deste renomado pintor holandês. Fomos no museu da resitência holandesa (Verzetsmuseum), onde conta a história de como a holanda foi invadida pela Alemanha durante a segunda guerra , e ocupada por 5 ANOS! Além disso, mostra como a vida das pessoas mudou, e que foram mortos só restaram 5 mil judeus na cidade dos 100 mil anteriores. Terrível, chocante. Mostra a evolução gradual da violência dos alemães. Infelizmente, isso até hoje tem conseqüência: existe uma mágoa velada dos holandeses em relação aos alemães atuais. Estes, por sua vez, carregam o peso de uma culpa que seus antepassados causaram. Creio que ainda vai demorar algumas gerações para esta mancha ser apagada.

Em relação aos canais, existem vários na cidade e eles são parte do charme e da própria identidadade de Amsterdam. A foto abaixo mostra um deles. É possível ir de barco em grandes parte do centro da cidade, e há passeios turísticos oferecendo isso.


Em relação a arquitetura, a cidade tem um estilo próprio e único. As pessoas são obrigadas a manter as fachadas das casas originais (vídeos de 50 anos atrás de Amsterdam mostram as casas idênticas a hoje em dia). A foto acima mostra um pouco da arquitetura de lá.

Em resumo: a cidade é muito rica culturalmente, tem uma vida noturna muito forte, tem diversas atrações turísticas e um charme único. Estou agora procurando amigos do Brasil querendo vir para cá para ter uma desculpa para voltar lá :)